Prevenção da Tuberculose em tempos de coronavírus?
Mural de Práticas
Nacional | Mato Grosso do Sul
Dezembro/2020
Pessoa em privação de liberdade; Servidores penitenciários; Familiares de pessoa em privação de liberdade
Educação em Saúde; Prevenção de Doenças e Agravos; Comunicação em Saúde
Tuberculose
Prevenção da Tuberculose; orientações e educação em saúde
Autores:
Nayla Cristina; Luciane Dias; Nicolle Mendonça
Instituições parceiras:
Secretaria de Saúde de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul
Do que trata a experiência?
Distribuição dos materiais fornecidos pela campanha Prisões Livres de Tuberculose aos custodiados, a alguns familiares que visitaram estes custodiados e Agentes Penitenciários. Além disso, foram realizadas palestras informativas sobre prevenção da Tuberculose, num contexto de pandemia do coronavírus.
Que motivos levaram à realização da experiência?
A campanha Prisões Livres de Tuberculose foi o principal ato motivador. Estávamos num contexto de pandemia da Covid-19, no qual todos os olhares somente se direcionavam para o referido problema, entretanto, não poderíamos esquecer da prevenção contra a Tuberculose.
Quais objetivos foram pensados?
Como nunca havia sido falado sobre Tuberculose na Unidade Prisional Estabelecimento Penal de Rio Brilhante/MS, o objetivo inicial era fornecer informações importantes sobre a sua prevenção, em uma linguagem acessível, para os internos e suas famílias e visitantes, bem como aos agentes de segurança.
Qual o passo-a-passo da realização da experiência?
Foram organizadas palestras breves com profissionais da saúde (médica e técnica de enfermagem) para os visitantes, para os agentes de segurança e para os custodiados. Foram distribuídos os materiais da campanha para todos e os murais foram colados em local de constante visualização.
As primeiras ações consistiram no recebimento dos materiais e participação nas lives sobre a campanha: Prisões livres de Tuberculose, as quais ajudaram muito a viabilizar o desenvolvimento da campanha nos estabelecimentos penais, adequando a realidade local.
A partir dessas, os profissionais de saúde que atendem no Estabelecimento Penal de Rio Brilhante foram convidados a participar da campanha, a partir da organização de cronogramas e planejamentos de quem se responsabilizaria por cada ação. Assim, na distribuição dos materiais, proferir as palestras, organizar os espaços, adquirir mais algum material necessário, definir os conteúdos a serem abordados, como contemplar a todos os internos e familiares. Aqui, houve uma dificuldade, em virtude de terem apenas dois profissionais de saúde (técnica em enfermagem e médica), uma vez que as outras duas estavam afastadas por serem do grupo de risco da Covid-19.
Após todo o planejamento e organização, durante uma semana (de 01 a 06/12/2020) começaram as palestras e ações sobre a campanha supracitada. Toda a Unidade Prisional foi envolvida, todos os internos foram contemplados, assim como alguns familiares. Também foram contemplados os Agentes Penitenciários.
Quais os materiais utilizados nas ações?
Os materiais fornecidos na campanha: canecas, folders, cartazes, canetas, cadernetas, cadernos/agenda, materiais informativos.
Quais foram os resultados?
Observou-se uma efetiva adesão à campanha, foram sanadas várias dúvidas a respeito da Tuberculose, repassadas várias orientações. Houve um grande contentamento com o recebimento dos materiais.
Participaram todos os internos que cumpriam pena privativa de liberdade no Estabelecimento Penal de Rio Brilhante/MS, no período de 01 a 06 de dezembro de 2020, um total de 300 custodiados. Também foram contemplados 20 familiares de internos, como estava em período de pandemia e as visitas estavam restritas, não foi possível atender a mais familiares, o que representava a intenção do projeto.
Os familiares relataram contentamento com os materiais recebidos e uma mãe expressou seu sentimento de tranquilidade em saber que havia esta preocupação com a saúde dos internos, em especial, no caso dela, alguém da família dela havia sido acometido por Tuberculose e na época não se tinham muitos recursos e nem instruções sobre esta doença, assim, ela acabou perdendo este familiar, ao que reconhece que poderia ter sido evitada esta perda. Muitos parabenizaram a iniciativa e demonstraram-se gratos por tê-los inseridos nesta ação.
Os internos foram bem receptivos às orientações proferidas durante os eventos, se sentiram à vontade para tirar suas dúvidas. Na semana seguinte, dois desses procuraram o serviço de saúde do presídio para identificação de sintomas. As profissionais envolvidas no projeto realizaram o atendimento e os encaminhamentos necessários e providências cabíveis.
Além disso, também houve muito contentamento dos custodiados perante aos materiais recebidos, comentavam a respeito do que estava escrito nas canecas e cartazes.
Os agentes também demonstraram exultação com a campanha citada, relataram o sentimento de gratidão em terem sido contemplados, uma vez que também correm muito risco de serem acometidos pela doença e passaram tempos difíceis com a pandemia, eles ficam em contato direto com os custodiados o que pode aumentar alguns riscos.
Acredita que a experiência pode ser replicada em outros lugares?
Sim.