

Explorando a saúde e o bem estar na prisão
Divulgação Científica
Internacional | Reino Unido
Setembro / 2016 – Dezembro / 2017
Pessoa em privação de liberdade
Promoção da Saúde; Educação em Saúde; Comunicação em Saúde
Saúde da Mulher; Saúde Mental
Saúde prisional; saúde pública; prisão; promoção da saúde na prisão
Autores:
Stephanie E. Perrett; Benjamin J. Gray; L. G.; D. E.; Neville J. Brooks
Do que trata a experiência?
Esta experiência internacional tem a proposta de relatar o trabalho de engajamento e envolvimento dos presos nas pesquisas científicas, valorizando as experiências deles. O trabalho foi realizado no País de Gales, Reino Unido, a partir de uma iniciativa educacional. Como resultado, a experiência evidenciou a partir da perspectiva dos presos, os temas recorrentes que afetam a saúde e o bem-estar dos homens na unidade prisional pesquisada, além de ter demonstrado a importância de incluir as pessoas privadas de liberdade como parceiros nas pesquisas científicas.
Quais objetivos foram pensados?
Estabelecer a pesquisa participativa como uma iniciativa educacional em uma unidade prisional do País de Gales, Reino Unido; determinar a viabilidade de envolver homens presos em pesquisas de pares de forma a identificar suas preocupações com a saúde e o bem-estar.
Qual o passo-a-passo da realização da experiência?
Escolher uma abordagem de pesquisa com a participação ativa dos pesquisados oferece uma oportunidade maior de compreender a experiência das pessoas privadas de liberdade de estarem na prisão. Sendo assim, a pesquisa participativa foi estabelecida como iniciativa educacional. Desta forma, o primeiro passo foi definir o papel dos presos pesquisadores, com a descrição do trabalho e as características que deveriam ter. Essas definições foram aprovadas pelo departamento educacional, de gestão de equipe e pelos processos éticos internos da unidade prisional. O recrutamento foi divulgado internamente e os presos puderam se candidatar. A ideia era selecionar presos com características relacionadas a grupos vulneráveis.
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Seis pessoas foram selecionadas para atuarem como pesquisadores de pares. Elas passaram por um treinamento sobre saúde e bem-estar, métodos de pesquisa, elaboração de questões de pesquisa, ética, coleta e análise de dados, planejamento do projeto, como compartilhar resultados e fazer uma mudança positiva. Após a conclusão do treinamento, foram encarregadas de escolher os métodos para a realização da pesquisa dentro da prisão. Assim, grupos focais, entrevistas e a aplicação de questionários foram usados e conduzidos pelos pesquisadores de pares para identificar a saúde e preocupações com o bem-estar dos homens na prisão. É importante ressaltar que os pesquisadores de pares participaram não apenas da coleta, mas da análise e da divulgação do trabalho, tendo participado de dois congressos para divulgação do trabalho.
Quais foram os resultados?
O projeto demonstrou positivamente a viabilidade de envolver homens presos como pesquisadores. Quatro temas recorrentes que afetam a saúde e o bem-estar dos homens em uma unidade prisional para pessoas vulneráveis foram identificados: comunicação, segurança, respeito e necessidades emocionais, demonstrando as relações complexas entre prisão e saúde. Além disso, a originalidade da pesquisa, ao incluir pesquisados como pesquisadores no contexto da saúde prisional possibilitou o desenvolvimento de processos de aprendizagem e engajamento.